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Benemina e
Francisco Venturinelli |
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Carlos e Vergínia
Olivato |
Da velha Itália, Carlos Rossi e Verginia Olivato, vieram criar
família e trabalhar na arte de destilar aguardente, produzir a
deliciosa “pinga de alambique”, tão cobiçada, no distrito de Vila
Nova. Nove filhos, Adélia, Maria, Carlota, Iracema, todas já
falecidas, Elvira Severina, Theresa e Natalina tiveram um único
irmão, Marcílio. Da região de Bérgamo, também na Itália, vieram para
o Distrito de Tapinas, Francisco Venturinelli e sua esposa Benemina
Nery, que aqui formaram outra grande família, simplesmente dez
filhos, Iris, Mariam Dizolina, Delvina, Rosa, Aldegonda, Irmo,
Duílio e Amadeu, com os quais moraram nos bairros das Antas e do São
João.
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Antonio Sebastião
Rossi |
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Luiz Felipe,
Maria Clara, Murilo Henrique, Tahís Cristina, Cláudio
Roberto, Adriana Carla, Marcílio, Maria Paula, Íris e
Alessandra |
Marcílio Rossi conheceu Iris, mais nova que ele 8 anos, ele de 1921,
ela de 29; casaram-se em 1951. Viveram inicialmente em Nova América,
onde um ano depois nasceu a Eire Maria. Marcílio ali trabalhava como
meeiro nas fazendas da redondeza. O trabalho no campo, naquela época
era exercido por toda a família, desde que cada filho reunisse
condições para enfrentar o trabalho braçal. Trabalharam duro os
Rossi; econômicos e perseguindo um sonho, juntaram suas economias e
Marcílio pode comprar seu primeiro sítio ali no São João. Naquele
sítio nasceu em 1956, Antonio Sebastião. Em 1961, certamente quando
a Eire, com 9 anos já cursava o terceiro ano do grupo, a família
mudou-se para a cidade, indo morar inicialmente numa esquina da Rua
Boiadeira com a Rodrigues Alves.
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Íris, Eire,
Marcílio, Beatriz e Francisco Carlos |
Mais algumas economias e Marcílio comprou uma chácara ali na
mesma rua. Passou a lidar com gado leiteiro e a Eire, já
menina-moça, ajudava fazendo a entrega do leite de casa em casa.
Ali na chácara, em 1966, nasceu o caçula da família, o Francisco
Carlos. Nessa época eu tive a oportunidade de conhecer os Rossi.
Eu estava de férias em Itápolis quando fui com meu pai até a
chácara deles, onde pretendiam instalar uma bomba no poço. Minha
família, no entanto, já os conhecia de longa data.
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Marcílio, Adriana
Carla, Maria Clara e Edval |
O sonho de Marcílio ainda apontava para novas conquistas e em 1976,
depois de ter vendido todas as propriedades, aventurou-se com a
família para o sertão do novo estado de Rondônia, fixando-se no
extenso município de Ji-Paraná, onde os esperava uma fazenda, já
adquirida por Marcilio, na região de Espigão do Oeste, onde labutava
na criação de gado. Muito trabalho resultando em boa economia e lá
vai Marcílio até Jaru, comprar um sítio, onde formou uma bela
plantação de cacau. Como os filhos preferiam o trabalho na cidade,
Marcílio se viu sozinho na lida, o que o levou a vender o sítio e
cuidar só da fazenda.
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Fábio, Murilo e
Thaís |
Os filhos de Marcílio e Iris, se não tinham a vocação para a lida no
campo, revelaram-se muito ativos na cidade. Eire, normalista
formada, prestou concurso e ingressou na profissão de professora.
Além de lecionar, acumulou a função de supervisora em toda a região
de Ji-Paraná. Antonio trabalhou no Bradesco e no Bamerindus
(lembram-se dele?) e acabou gerente da empresa Marilan. Francisco
trabalhou no Banco do Estado de Rondônia (Beron) e depois no Banco
do Brasil, sendo hoje empresário na cidade de Maringá, no Paraná.
A vida da família Rossi corria às mil maravilhas naquelas terras
novas de Rondônia, quando, em 1985, uma tragédia veio quebrar todo o
seu encantamento. Numa discussão no trânsito, Antonio Sebastião foi
assassinado, deixando duas filhinhas, Thaís Cristina e Adriana
Carla, que foram criadas pela tia Eire, que já tinha um filho de 13
anos, o Cláudio Roberto.
Atordoados pela perda de Antonio, tendo perdido o encantamento que
os fazia felizes ali, veio a vontade de ir embora. A Eire foi a
primeira a tomar a iniciativa, transferiu-se para a Universidade
Tecnológica do Paraná e em 1993, passou a atuar no Campus de Cornélio
Procópio, no mesmo estado, onde reside até hoje. A distância acabou
arrastando Marcílio e Iris para perto da filha. Acabaram vendendo a
fazenda de Rondônia e se aposentando de vez. Afinal, Marcílio Rossi já
contava quase 92 anos de idade e de trabalho quando faleceu em 14 de
agosto deste ano de 2012. Dona Iris, que teve um casamento que durou
61 anos, vive nos seus 83 anos de idade.
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Sheila e Cláudio |
Eire, nascida para o magistério, foi inspiração vocacional para as
sobrinhas que criou e para o filho Cláudio, pois eles também
enveredaram para os estudos e as lidas ligados ao ensino. De todos
os Rossi, Eire é a que ainda conserva o cordão umbilical preso à
nossa Itápolis. Certamente é porque aqui viveu sua juventude e isso
cria raízes, eu que o diga. Ela fez o primário no EEPG Teófila Pinto
de Camargo, preparou-se para a Admissão com a professora Maria de Lourdes Possari Massari; ingressou no Valentim Gentil e ali completou seus
estudos, formando-se para o magistério; no seu giro por esse Brasil,
fez curso superior, especialização na Universidade Severino Sombra,
da cidade fluminense de Vassouras. Trabalhou na Universidade
Tecnológica do Paraná até 2006, quando se aposentou de vez.
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Miguel, um dos últimos
descendentes |
Eire Maria Rossi é uma pessoa antenada na cultura, na realidade
nacional e é, como dizem hoje, uma pessoa “plugada” e, como muitos
outros é uma itapolitana que se destacou em suas andanças. Eire fez
muitos amigos, espalhados por Ji-Paraná. Cornélio Procópio e na
nossa Itápolis.
Esta crônica visa a render homenagem às pessoas que vêm ao mundo
para vencer pela lida, pelo esforço persistente, pela coragem de
enfrentar qualquer tipo de trabalho, por mais árduo que este seja. É
um pleito de aplauso para aqueles que, à sombra do quase
anonimato constroem um nome esculpido na honradez, na fibra, na
coragem e, sobretudo, na honestidade. Os Rossi e os Venturinelli que
chegaram à Nova América e a Tapinas, que labutaram nas terras das
Antas, do São João, não tinham diplomas, mas quiseram e souberam
transmitir a seus descendentes o valor dos estudos, da formação
profissional e os sagrados valores da lisura e da busca incansável
de um nome honrado. Como os Rossi, inúmeras famílias aí na nossa
Itápolis, do campo ou da cidade, merecem esta homenagem! |