|
Caros leitores, caríssimas leitoras de minhas
crônicas semanais. Faço aqui o anúncio de uma decisão que vem sendo
preparada há tempos, que foi pensada, avaliada e que tomo hoje com
alegria e com um sentimento que se exprime numa palavra do
castelhano que não temos no nosso vocabulário: añoranza,
saudade que vai vir, saudade futura. Sei que vou sentir saudade de
todo este tempo, que se estende desde junho de 2009: toda semana
sentar-me diante do computador, com uma ideia já brotada na mente,
para falar sobre a minha mais tenra Itápolis. Minha memória
alimentou esta prática com grande fecundidade, foram seis anos de
lembranças que, se não emocionaram todos os que leram, uma certeza
podem ter, me emocionaram sempre.
A fonte esgotou-se, não sei se porque a memória
perdeu o viço ou se é porque não tem nada mesmo a relatar, a
descrever, a produzir reminiscências. O fato é que o ciclo se
fechou. Estou preparando com carinho as crônicas sobre as famílias
que quero focalizar e que serão publicadas em meu terceiro volume de
“Histórias que não foram escritas”. Muitas já estão prontinhas,
outras estão sendo compostas, buriladas, aguardando que a memória
não deixe escapar nenhum dado, nenhum episódio. O fato é que achei
melhor reservá-las para o livro.
Não vou parar de escrever e de publicar
semanalmente textos que sei que posso produzir. Apenas eles não se
prenderão mais ao tema central que me inspirou todos estes anos,
minha amada terra natal e sua gente. Tenho a pretensão de contar com
alguns leitores, mesmo que seja porque estão viciados em meus
textos. Será uma forma de me manter ligado a vocês, vocês que fazem
parte do meu universo humano. Vou falar do passado, vou focalizar
passagens de minha vida como professor, como cidadão, vou falar de
meus tempos de universitário, de meus tempos de São José do Rio
Preto, de minha passagem por Monte Aprazível, por Votuporanga, vou
falar sobre minha volta a São Paulo, sobre minha chegada a Santos.
Como vêem, meu tema se prende à vida nas cidades do interior, à vida
na alucinada São Paulo, à vida na paradisíaca Santos.
Espero que continuem comigo, que eu consiga
prendê-los nesta aventura que começou do acaso e que não quer parar.
Um beijo a todos. |