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Pe. Salvador
Tarallo |
Côn. Manoel
Borges Pereira |
Na minha mais tenra Itápolis eram
muito citados dois antigos sacerdotes, que desde o final do
século XIX, atuaram como vigários de nossa Paróquia, o Padre
Tarallo, nosso primeiro vigário e o Cônego Borges. Ambos tiveram
atuação tão marcante na cidade que deram seus nomes a dois de
seus logradouros mais importantes, a Praça Cônego Borges,
defronte à nossa Matriz e a Rua Padre Tarallo, rua central, de
comércio bastante ativo, antigo ponto de jardineiras e de
ônibus. Muitas ruas antigas mudaram de nome, mas a Rua Padre
Tarallo e a Praça Cônego Borges, permanecem inalteradas.
Ambos párocos deixaram muitos
parentes em nossa terra. O lusitano Cônego Manoel Borges
Pereira, nosso quarto pároco, deixou em Portugal um irmão que
ficou cuidando de sua “quinta”, José Borges Pereira, casado com
Dª Candinha, que ficando viúva veio para o Brasil trazendo seu
filho Manoel Pereira Borges e aqui se casou com Laura Sene
Rodrigues, filha de Antônio Rodrigues e de Olívia da Costa Sene,
irmã de meu avô.
Manoel e Laura, meus padrinhos de
batismo, tiveram uma única filha, Maria Laura, que se casou com
Edgard Maradei, hoje falecido; esse casal são os pais das quatro
Marias, Ana, Célia, Laura e Olívia e do Edgard Antônio. Manoel
Pereira Borges foi dono da Padaria Lusitânia e do tradicional
Bar Boulevard Itápolis.
O Padre Salvador Tarallo,
1847-1908, italiano de Lentiscosa, deixou uma família bem mais
numerosa, além de ter parentesco com a mãe do Dr. Valentim
Gentil, pois Dª Maria Antonia Tarallo Cernicchiaro Gentil era
sobrinha do padre. A morte do Padre Tarallo foi alvo de muitas
especulações, mas pelos depoimentos controversos de seus
contemporâneos, tudo acabou virando um grande mistério.
Nos meus tempos de criança e de
jovem, tive a oportunidade de conhecer toda a família Tarallo,
gente muito ativa no comércio e na vida social da cidade. O Sr.
Giosuè Tarallo, sobrinho do Padre Tarallo, casou-se com Dª Clara
Atanásio e com ela teve oito filhos que, com exceção do Mário,
que fez sua vida em Araraquara e do Francisco (o Chico), que se
mudou para São Paulo, todos se casaram e desenvolveram suas
vidas em Itápolis.
Rosa, a mais velha, casou-se com
o Sr. Miguel Mendes, nosso conhecido e querido inspetor de
alunos no “Valentim Gentil”; deles nasceram os não menos
conhecidos e queridos Pola, apelido do Laerte e Polinha, apelido
do Laércio.
Laerte fez carreira política em
Matão, onde alcançou o cargo de prefeito. Laércio formou-se
advogado e atuou em São Paulo.
O Nino, João Tarallo, que parecia
estar decidido a ficar solteiro, acabou se casando, já aos 45
anos de idade, com a ibitinguense, Professora Lygia Quaresma;
ambos tiveram três filhos, João Jr., casado com Suely Tarallo,
Antônio Fernando, casado com Márcia Botta e Sérgio Augusto,
casado com Adriana Brunaldi.
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Casa Santa
Cruz na Rua Pe. Tarallo, esquina com Av. Valentim
Gentil, hoje Palácio do Som |
O Turo, apelido de Salvador
Tarallo, casado com Dª Anita, teve três filhos, a Odette, casada
com Antônio (Toninho) Compagno Rodrigues, falecido ainda moço; o
Nilton, casado com a Janete Ferrari e o Nilson, também falecido
bem moço, deixando viúva minha prima Maria Ignez Sene Ramos.
Dª Anita era costureira muito bem
conceituada na cidade, Turo era comerciante, tinha um grande
armazém de cereais ali na Av. Campos Salles, entre as Ruas José
Trevisan e Ricieri A. Vessoni, onde desenvolvia comércio
atacadista e varejista. Seu irmão, Caetano (o Nutcho) também era
comerciante, só que atuava no ramo de tecidos. Sua loja era a
conhecida Casa Santa Cruz, que funcionou na esquina da Campos
Salles com a Ricieri A. Vessoni, mudou-se para a esquina da Av.
Valentim Gentil com a Rua Padre Tarallo e acabou voltando para o
endereço anterior.
O Nutcho era casado com Dª Stella
Vessoni e com ela teve dois filhos, o Lavoisier (pronuncia-se
lá vuá ziê), que na infância era chamado de Vaizé. Lavoisier
formou-se engenheiro, casou-se com a sobrinha de seu tio
Conrado, a Ivone, filha do Roque Zuanon e depois de trabalhar
uns tempos em Itápolis, transferiu seu escritório para Campinas
e, com a morte de seus pais, eu perdi contato tanto com ele como
com seu irmão mais novo, o Gil, já falecido, que foi um dos
craques do Oeste F.C. Por isso não tenho muitas notícias
deles.
O Mário e o Francisco Tarallo
desenvolveram suas vidas fora de Itápolis, o primeiro em
Araraquara e o segundo em São Paulo. Durante um bom tempo
tivemos convívio com o Antonio Tarallo, que viveu seu início de
atividades na cidade. O Toninho, como era conhecido, casou-se
com Dª Amélia Guida, de família também bastante numerosa;
Toninho e Amélia tiveram dois filhos, Maria Clara e Dorival
João. Desses dois eu só conheço mesmo a Maria Clara,
frequentadora assídua do “Jantar dos Itapolitanos”, que se
realiza em São Paulo, onde ela vive.
A família de sua mãe, os Guida, é
tão numerosa e apresenta tamanho entrelaçamento com famílias
conhecidas daquele meu tempo, que vou dedicar a ela uma crônica
à parte.
Os Tarallo tiveram mais duas
irmãs além de Dª Rosa: a Nina, que nunca se casou e a Josefina,
que foi a esposa do popular e querido comerciante Conrado Zuanon.
Lembro-me bem de Dona Josefina
ajudando seu marido na Casa Conrado, loja de tecidos muito
concorrida que funcionava num prédio onde está hoje o Guzzo
Magazine. Ela e o Conrado tiveram duas filhas, a Nezinha, como
era chamada aquela menina loirinha, de pele bem clara e de olhos
azuis que às vezes vinha com Dª Josefina para a loja. A outra
filha era a Maria José. A Nezinha casou-se com o Osvaldo
Micheletti, ficou viúva e atualmente vive em Matão. Sua irmã,
Maria José, também viúva, vive em Tabatinga.
De toda essa grande família, o
primeiro que conheci de perto foi o Nino. Eu era menino e
vizinho do Sr. Carlos Vessoni, cuja filha Isabel foi namorada do
Nino durante um bom tempo. Os dois brigavam muito, o negócio era
na base do “tapas e beijos”, mas sem beijos, que naquele tempo
namorados raramente se beijavam.
O Nino tinha uma particularidade,
uma de suas orelhas tinha a cartilagem descolada na base.
Contavam que foi uma professora do Grupo Escolar, tia da minha
mãe, Dª Maria Augusta Pousa Sene, muito severa, que deu um puxão
tão forte na orelha do Nino, por causa de alguma de suas
travessuras, que soltou a cartilagem. O namoro terminou, Nino
sumiu do nosso pedaço e a vizinhança por isso dizia que ele deu
sumiço antes que a Isabel lhe arrancasse a outra orelha. |