Histórias que não foram escritas

Orestes Nigro

"Sobre os volumes 2 e 3 do meu Livro de Crônicas"

O meu livro “Histórias que não foram escritas”, cujo primeiro volume foi lançado em 19 de julho de 2013, terá, no mínimo, mais dois volumes.

O segundo está prestes a ser editado, devendo seu lançamento se dar na Semana da Pátria, no próximo mês de setembro. O Lucas Gentil me informou que a direção da AIA pensou em incluir este evento na Semana da AIA deste ano, em julho próximo. Essa informação de deixou bastante lisonjeado porque considero a AIA uma entidade digna de todos os aplausos e de todo meu respeito, por tudo que tem significado para a nossa Itápolis e para o movimento universitário brasileiro.

A presença desses jovens, o carinho com que me trataram por ocasião do lançamento do primeiro volume, valeram para mim o melhor prêmio que eu poderia imaginar para o meu trabalho. Só que, infelizmente, não vai dar tempo de concluir a impressão do livro, uma pena. Espero contar com o prestígio da AIA quando a edição ficar pronta.

Nesse volume, o segundo, trato da família itapolitana do anos 20, 30, 40 e 50. Focalizo a família tanto como uma célula importante da sociedade, dissertando sobre seu modus vivendi como também abordo as diversas famílias que pude conhecer de perto, descrevendo sua composição, seus membros, suas atividades e, quando havia, suas peculiaridades. Embora bem menor do que é hoje, Itápolis já tinha muitas famílias, no geral muito numerosas, revelando uma média de componentes na faixa de 7 membros.

Minhas crônicas tratam de fatos, pessoas e famílias que eu conheci mesmo e o resultado delas será um livro livre de academicismos, descompromissado com a fidelidade histórica, que não é fruto de pesquisas sociológicas. O meu leitor não encontrará nele precisão biográfica, riqueza de dados comprovados, o livro não vai ser, enfim, um álbum de árvores genealógicas. Suas crônicas serão frutos daquilo que guardo na lembrança.

Eu vivi intensamente a vida de minha terra natal, tive a sorte de ter uma mãe que nos brindava com suas ricas narrativas a respeito de pessoas e de famílias, colocando diante dos olhos de seus filhos todo um cenário em que atuavam os antigos mestres, os velhos farmacêuticos, os ativos comerciantes, os médicos, os dentistas, os músicos, os poetas,as grandes cozinheiras, as exímias bordadeiras, as costureiras de alta fama, os religiosos que lideravam seus fiéis, a gente simples que vivia do trabalho braçal e tudo isso ficou gravado. É só fechar os olhos e tudo salta à mente. É disso que nascem minhas crônicas.

            Muitos de vocês já perceberam que eu não ajo sozinho, nessa caminhada de cronista. Sou uma criatura de tanta sorte, que Deus me cercou de pessoas maravilhosas, dotadas de qualidades indispensáveis à assessoria de um escritor.

Falo do meu editor, o Sinibaldi Del Guércio Filho, que me ajuda com empenho e grande inteligência e bom gosto. É dele a capa do primeiro volume, que fez tanto sucesso entre os diversos leitores, que decidi mantê-la. É dele também a paginação, a distribuição dos diversos textos, a composição final do livro.

Para ilustrar minhas histórias tenho a sorte de contar com a colaboração inestimável do Valentim Baraldi, selecionador das fotos que dão um quê de leveza ao livro. Além desses dois companheiros, que colaboram gratuitamente, conto com o Lucas Gentil, sempre espreitando meu trabalho, dono de um prefácio que foi motivo de generosos elogios de inúmeros leitores.

Por isso, o novo volume terá de novo o prefácio dele. Conto também com a valiosa colaboração da Professora Neusa Ferraresi Montera, que elabora a revisão dos textos; conto com a divulgação da “Folha de Itápolis”, numa cortesia de seu dinâmico proprietário Walter Campos e do seu dedicado auxiliar Alysson. 

Tenho meus textos publicados no site criado pelo meu sobrinho Vicente Nigro Vianna, www.itapolis.net, além do editado pela conhecida e  prestigiosa revista eletrônica www.comerciodeitapolis.com.br  - Como vêem, não posso reclamar da sorte, espero então, que meus leitores não tenham motivos para reclamar do resultado, o livro, dos quais já estão completos o volume 2 e o 3.

É necessário que aquele leitor, cuja família foi objeto de uma de minhas crônicas, compreenda que quem está focalizando sua família é alguém que a vê de fora de sua casa, de seu lar.

A gente vê a nossa própria família pelo lado de dentro dela, nossa visão da própria família é uma visão particular, muito mais rica em detalhes, em lances, em momentos memoráveis, do que a visão de quem a vê de fora.

Só um exemplo: meu pai, Vicente Nigro, era sério, austero, de pouca prosa quando estava em casa. Mas, quantas vezes a gente ouvia as pessoas de fora dizer: “Nossa, seu pai é tão divertido, tem um ótimo senso de humor, um papo muito gostoso!” A gente olhava um para o outro como quem perguntasse “será que é ele mesmo?”.  Por isso, não espere de mim uma abordagem que revele sua família, pra você, igualzinha a que você sempre viu.

            Espero que Deus me dê saúde para escrever tantas crônicas quanto tantas famílias existiam nos meus tempos de juventude. Eu fui membro dessa grande família que era a minha mais tenra Itápolis.