Francisco José Santarelli

Memórias Políticas

 

"Deolindo Branco Peres"

A juventude não é um tempo de vida e sim um estado de espírito. Li essa frase quando ainda era jovem e sempre procurei manter esse estado de espírito convivendo sempre com os jovens; hora com estudantes nas faculdades, hora como professor do então Instituto de Educação Valentim Gentil, empurrando para longe o tempo de vida, pois sempre afirmo, em tom de brincadeira, possuir 830 anos.

Não precisei fazer nenhum pacto de longa vida como o fez Dorian Grey, preferi compactuar com Jesus, que me acompanha, orientando e ajudando a cumprir a meta a mim destinada.

Ciente dessa premissa, tive grandes amigos com quem me solidarizei quando necessário e recebi também apoio e orientação, quando necessitei. Esse preâmbulo, faço para falar de um grande amigo, que era mais idoso que eu, sendo de pouca conversa para alguns que não tiveram a oportunidade de um conhecimento mais chegado e de ter a felicidade de ser seu amigo, pois faziam-lhe restrições.

          Dª Maria Ap. Bonilha Santarelli, Dª Wanda Januzzi Branco Peres e Deolindo Branco Peres em Caxia (RS) durante uma "Festa da Uva"

Não era de ter muitos amigos, sempre me falava que possuía somente quatro amigos e eu era um deles. Chegava mesmo a me chamar de irmão que nunca teve. A amizade era recíproca, dava-lhe assistência quando necessário e recebia também, pois quando acometido por doença recebia o apoio de toda sua família, pois me visitavam duas e às vezes três vezes no mesmo dia.

Poucas pessoas sabiam das grandes qualidades desse senhor e das benemerências que fazia sem alardes. Não gostava, porém, de receber pedidos, gostava sim de ajudar quando via amigos, funcionários ou mesmo pessoas desconhecidas, com problemas como: falta de dentes, cegueira, ou mesmo deficiências, dando-lhes apoio monetário e orientação para solução destes problemas.

Esse amigo partiu deixando os filhos e netos com o mesmo espírito, continuando a ajudar os mais necessitados. Tenho a impressão de que muitas pessoas irão gostar dessa crônica, pois herdaram as grandes qualidades desse meu saudoso amigo. Ele e os filhos muito fizeram por essa cidade, feitos esses que tenho a impressão de que  são desconhecidos pela maioria dos itapolitanos.

Citarei alguns, como nosso Aeroclube, que recebeu todo apoio para ter a grandeza de ser um dos mais bem estruturados do Brasil, além das instituições beneficentes que sempre receberam sua colaboração. Foram grandes produtores agrícolas, impulsionaram nossa cidade a ser a “Capital Nacional da Laranja”, quer como produtores quer como industriais na produção do suco de laranja.

William, Mário, João Carlos e Rosely são os herdeiros desse grande itapolitano, meu grande amigo, que hoje homenageio para que fique na história dessa cidade a valorosa família do casal Deolindo Branco Peres e Wanda Januzzi Branco Peres.

Que Deus todo poderoso os tenha recebido, pois a meu ver merecem. A todos seus herdeiros meus votos de felicidades e de contínuos sucessos.