Francisco José Santarelli

Memórias Políticas

 

"A Saúde, ontem e hoje"

Iniciei uma série de crônicas com a pretensão de transcrever a maneira de se fazer política na época em que dei início a minha carreira de político.

Não é minha intenção fazer comparações, pois não tenho pretensões de assumir cargos administrativos e, assim sendo, não tive críticas e amigos incentivaram-me a continuar.

Não posso precisar bem quantos anos participei da mesa diretora da Santa Casa; talvez 30 anos como secretário, pois via no provedor Dr. Antonio Melluci uma vontade férrea de levar ao topo da glória a nossa Santa Casa, que na maior parte desse tempo era conhecida como Santa Casa de Misericórdia.

Os antigos habitantes desta querida terra, tenho certeza, confirmarão essa assertiva.

Éramos 15 mesários, fazíamos campanhas junto à população para angariar recursos; os médicos para serem admitidos tinham de ser aprovados e obrigatoriamente entravam no rodízio para prestar serviços gratuitamente por um mês.

Não raramente nos reuníamos com a finalidade de resolver problemas monetários e os solucionávamos suprindo tal problema com cota participativa de todos os mesários.

Com advento do SUS, de início, achávamos que a saúde de população iria melhorar, pois contava com a participação de todos os governos: Federal, Estadual e Municipal.

Nessa época, o antigo INANPS contratava médicos e dentistas que, mediante cota, os segurados recebiam autorização para atendimento nos consultórios particulares dos médicos e dentistas.

Vejam bem a diferença de antes e após o advento do SUS.

Os clientes, mediante autorização do INANPS, iam ao consultório particular de dentistas e médicos e esperavam sua vez na sala de espera. Eram atendidos por uma enfermeira ou funcionária que os conduzia para a solução de seu problema e com o todo conforto desses consultórios providos até mesmo de ar condicionado (algo que não era muito comum na época).

O mais importante é que os outros clientes ali presentes não sabiam que eram clientes do INANPS, pois eram tratados como um cliente particular e sentiam total gratidão.

A socialização da medicina com a criação do SUS praticamente restringiu a grandiosidade das profissões de médicos e dentistas. O povo já não é mais grato e os profissionais sofrem ameaças, pois não admite que ambos os profissionais tenham horário de trabalho e se não são atendidos, os profissionais sofrem ofensas.

Restam poucos profissionais recebendo algo condigno, a não ser que consigam fazer especializações, onde acabam recebendo o justo pelo seu trabalho.

CEO -Centro de Especialidade Odontológica de Itápolis

Mediante o descrito, chegamos à conclusão que não temos saúde da população, não existe segurança e muito menos educação condigna, sendo o povo  dirigido para a ignorância e, em contra partida, são fornecidos paliativos como bolsas das mais variadas. Porém, o mais importante como Saúde, Educação e Segurança não vislumbramos.

Colocar a culpa nos médicos e dentistas é fácil, porém é preciso solucionar o problema da Saúde de maneira inteligente como orientações dos locais equipados e encaminhá-los para lugares dignos para serem atendidos.

Louve-se a criação em Itápolis do CEO, onde foram reunidos todos os dentistas em uma única clínica e não temos visto reclamação do povo, embora não esteja ainda solucionado totalmente o problema. Todavia, não percamos a fé de que dias melhores virão.

Depois de 83 anos bem vividos consegui viajar para a terra de meus ancestrais (Monte Granaro, Itália) passando por Roma, Veneza, Bologna, Padova e na terra de meus avós. Atendendo pedido de meu amigo Valentim Baraldi, comentarei nas próximas oportunidades, se Deus permitir, o que de melhor vi durante a viagem, na esperança que algo de bom seja aproveitado para nossa querida Itápolis.